Rafa Abadá Capoeira.

Presidente Fundador: Mestre Camisa.
Supervisão: Mestrando Charm.

Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte Capoeira.



quarta-feira, 31 de março de 2010

Sistema de Graduação

Sistema de Graduação O nosso sistema de graduação tem como referência a natureza. Cada cor predominante, representa um elemento da natureza, com características distintas, assim cada corda relaciona-se com um elemento da natureza e recebe no seu uso a importância simbólica dos reinos vegetal, animal e mineral.




CORDA CRUA




































CORDA BRANCA

terça-feira, 30 de março de 2010

12. Jogos Europeus 2010


12. Jogos Europeus 2010

Abadá Capoeira Europa tem orgulho de convidar-lhe para os 12° Jogos Europeus da Abadá Capoeira que serão realizados em Salzburg - Áustria nos dias 2,3,4 e 5 de abril de 2010 (Final de semana de Páscoa).

Depois do sucesso do ano passado será a segunda vez que os Jogos Europeus vão ser realizados em Salzburg, mantendo assim a tradição que começou há mais de 15 anos, quando em Salzburg sediamos o Primeiro Encontro Europeu da Abadá Capoeira.

Neste evento serão realizadas várias atividades com oficinas de Capoeira, música e dança para todos os níveis, competições de Capoeira (no local Turnhalle Josef-Preis-Allee 3-5, 5020 Salzburg) e uma grande oportunidade de encontrar Capoeiristas da Europa e do Brasil.

Além das diversas oficinas e competições, ofereceremos uma festa brasileira (“Noite do Brasil”) na ARGEkultur, Josef-Preis-Allee 16, 5020 Salzburg e um Aulão no centro da cidade de Salzburg.

Contaremos com as presenças já confirmadas do Mestre Camisa, Mestranda Edna, Mestrando Peixe Cru e Mestrando Apache.

Nas finais dos 12° Jogos Europeus, no domingo, dia 4 de abril 2010, às 20 horas, na Sporthalle Alpenstraße, Otto-Holzbauer-Straße 5, 5020 Salzburg (entrada às 19 horas) teremos as presenças dos melhores Capoeiristas da Europa, sob os olhos observadores de um corpo de jurado profissional, especialmente convidado do Brasil.

Será um grande prazer contar com sua presença em Salzburg, pois sua participação vai contribuir para o evento ser mais competitivo, especial, divertido e prazeroso para todos nós.

Esperamos encontrar-lhe na Páscoa!

Axé Grão Mestre Camisa Roxa




Jogos Europeus 2009 from Matthias Eckhardt on Vimeo.


Fonte: http://www.abadacapoeiraeuropa.eu/


MACULELÊ



Maculelê
Mestre Popó

Texto escrito a partir de entrevista cedida em 16/12/1968 à Maria Mutti por Mestre Popó em Santo Amaro da Purificação - BAHIA. Segundo Mestre Popó, maculêle é luta e dança ao mesmo tempo, se um feitor aparecia na senzala anoite, pensava que era a maneira de adoração aos deuses das terras deles (dos negros escravos), as músicas não davam ao feitor entender o que eles cantavam. A festa era realizada de 8 de dezembro (consagração de Nossa Senhora da Conceição) e 2 de fevereiro (dia de Yemanjá) em Santo Amaro da Purificação. Acontecia nas praças e nas ruas da cidade e era considerada uma festa ``profana'' realizada pelos negros escravos. /Plaé, plaé /plaé, plaé, plaé / plaé, plaé/em marcha guizada, a ``Marcha de Angola'', que tem algo de Capoeira e de Samba, tudo isso em Movimentos sempre ao compasso das batidas das grimas (bastões). Quais os instrumentos apropriados?
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Segundo Mestre Popó são 3 os atabaques usados no Maculêle, com as seguintes denominações e funções:
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- o Rum: é o atabaque maior com som grave;
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- o Rumpi: é o atabaque de tamanho médio com som "médio";
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- o Lê: é o atabaque pequeno com sm mais agudo.
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Os dois primeiros atabaques, o Rum e oRumpi, fazem a base do toque com pouco improviso, enquanto o atabaque Lê, sendo mais agudo,sua função é praticamente repiques de improviso.
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Segundo Mestre Popó os tocadores devem ser muito bons.
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Essa organização dos atabaques do Maculêleé semelhante a organização dos berimbaus na capoeira Angola, onde temos:
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-o Gunga ou Berra-Boi: é o berimbau mais grave;
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-o Médio: é o berimbau de afinação;
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-o Viola: é o berimbau mais agudo.
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Os dois primeiros fazem a base do toque, mas agora o Médio também pode seguir um pouco no improviso, "desafiando" o Viola, que fica somente na improvisação.
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Na época de Mestre Popó eram usados outros instrumentos, que não são mais usados. São estes: o Agogô e o Caxixi ou Ganzá.
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Para o Mestre, o Agogô não podia faltar pois este dá início a marcação para a entrada dos atabaques ao som, e por último entra (começa) o Ganzá.
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E as músicas?
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Segundo o Mestre Popó, o Maculelê tem poucos cânticos sendo alguns inclusive com origens no Candomblé de Caboclo.
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Tumba é cabôco
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Tumba lá e cá
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Tumba é guerreiro
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Tumba lá e cá Ah!
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Eu sou cobra do morro
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Sou cabôco Mineiro
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Tumba lá e cá
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As músicas tem funções especiais:
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-para sair à rua;
-de chegada a uma casa: pediam permissão para entrar na casa;
-de homenagem: pessoas importantesda história;
-de agradecimento: quando saiam da casa, agradecendo a hospitalidade;
-de louvação: aos ancestrais;
-peditório: quando passavam um chapéu para arrecadar algum dinheiro;
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Podemos citar algumas musicas que se enquadram neste esquema:
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Musica de saudação temporal:
Ô boa noite pra quem é de boa noite
Ô bom dia pra quem é de bom dia
A benção meu papai a benção
Maculêle é o rei da valentia.
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Homenagem à Princesa Isabel:
Vamos todos louva
A nossa nação brasileira
Viva a dona Isabel
Ai meu Deus Que nos
?livrou do cativeiro?.
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Peditório (ocorre nas saídas as ruas):
Deus que lhe dê,
ê Deus que lhe dá,
á Lhe dê dinheiro
Como areia no mar.
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Louvação aos pretos de Cabindas ou Louvor a Nossa senhora da Conceição:
Nos somos pretos da Cabinda de Aruanda
A Conceição viemos louvar
Aranda ê, ê, ê Aranda ê, ê, á.
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Fulô da Jurema, de influência indígena:
Você bebeu Jurema
Você se embriagou
Com a fulô do mesmo pau,
Vosmicê se levanto
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Saudação de chegança:
Ô sinhô dono da casa
Nós viemos aqui lhe vê
Viemos lhe pergunta
Como passa vosmicê.
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Saudação de despedida:
Quando eu for embora ê
Todo mundo chora ê.
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E a Indumentária e Pintura?
Na época de Popó a indumentária era simples, de acordo com as condições cotidianas dos dançarinos. Geralmente usavam camisas e calças comum aos africanos, dealgodão cru e pés descalços.
Estes pintavam os rostos e as partes desnudas com tintas feitas com restos de fuligem de carvão ou de fundo de panelas. Exageravam na tintura vermelha que usavam na boca que era feita com sementes de urucum. Algumas pessoas do grupo empoavam suas cabeleiras com farinha de trigo, usavam touca nas cabeças ou lenço no pescoço.
Mestre Popó começou a aprender o Maculêle com um grupo de pretos velhos, ex-escravos Malês, livres. Segundo ele já não tinha mais escravidão nessa época e eles se reuniam à noite: João Oléa, Tia Jô e Zé do Brinquinho: "eles eram livres, mas quem botou o Maculêle fui eu mesmo" (Popó).
Segundo Plínio de Almeida (Pequena História do Maculêle) o Maculêle existe desde 1757 em Santo Amaro da Purificação e as cores branca e vermelha nos rostos, que assustavam as pessoas , poderia ser símbolos de algumas tribos Africanas, como por exemplo os Iorubas. Mas na verdade fica muito difícil identificar exatamente à qual grupo étnico está associado a origem do Maculêle. Podemos citar, por exemplo: os Cabindas, os Gêges, os Angolas os Moçambiques, os Congos, os Minas, os Cababas.
O objetivo deste trabalho é dar uma pequena visão do que é o Maculêle, e faz parte da linha ideológica do CEACA, a pesquisa para que possamos entender melhor os fundamentos da Capoeira sem dissociá-la da História e dos Movimentos sociais negros para sua independência e defesa de sua cultura, criando um movimento de resistência que dura até hoje em alguns recantos do Brasil.
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BIBLIOGRAFIA: -Mutti, Maria: ?Maculêle?, Santo Amaro da Purificação, 1968.
-Carybé: ?As Setes Portas da Bahia?, Coleção Recôncavo, Ed. Livraria, 1951
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2a.Edição.
-Almeida, Plínio de: ?Pequena História do Maculêle?.
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Fotos:











PUXADA DE REDE.

PUXADA DE REDE

Quadro inspirado no principal meio de vida do Litoral brasileiro, mostra as tradicionais pescas, conhecida como três maios que representa um dos principais meio de subsistência do negro logo após a escravidão. Hoje, representa um importante recurso natural renovável do Brasil, pouco valorizado. Quadro composto por homens que vão ao mar pescar e suas vidas na praia. A puxada de rede conta a história de um pescador que, ao sair para o mar em plena noite para trazer o sustento da família, despede-se de sua mulher que, tendo um mau pressentimento, o assusta dizendo dos perigos de sair à noite. Mas o pescador sai e a deixa chorando com seus filhos assustados. O pescador sai para o mar e leva consigo uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, seus companheiros de pesca e a bênção de Deus.


Muito antes do horário previsto para a volta dos pescadores, que seria às 5 da manhã, a mulher do pescador, que ficara na praia esperando a hora do arrasto, teve uma visão um tanto quanto estranha. Ela vê o barco voltando com todos à bordo muito tristes e alguns até chorando. Quando os pescadores desembarcam, ela dá pela falta do marido e os pescadores dizem que ele caiu no mar por conta de um descuido e que devido à escuridão da noite, não foi possível encontrá-lo, ficando ele perdido na imensidão das águas.


Ao amanhecer, quando foram fazer o arrasto da rede que ficara ao mar, os pescadores notaram que, por ter sido aquela uma noite de pouca pesca, a rede estava pesada demais. Ao chegar todo o arrasto à praia, já com o dia claro, todos viram no meio dos poucos peixes que vieram, o corpo do pescador desaparecido. A tristeza foi instantânea e o desespero tomou conta de todos ali presentes. Prosseguem-se então os rituais fúnebres do pescador sendo levado à sua morada eterna pelos amigos que estavam com ele no mar, sendo seu corpo carregado nos ombros, ao longo da praia.


segunda-feira, 29 de março de 2010

SAMBA DE RODA

SAMBA DE RODA

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Patrimônio Imaterial
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O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
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Origens
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O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social. O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo
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Histórico
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O samba teve início por volta de 1860, como manifestação da cultura dos africanos que vieram para o Brasil. De acordo com pesquisas históricas, o Samba de Roda foi uma das bases de formação do samba carioca.

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A manifestação está dividida em dois grupos característicos: o samba chula e samba corrido. No primeiro, os participantes não sambam enquanto os cantores gritam a chula – uma forma de poesia. A dança só tem início após a declamação, quando uma pessoa por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de palmas. Já no samba corrido, todos sambam enquanto dois solistas e o coral se alternam no canto.
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O samba de roda está ligado ao culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite. A cultura portuguesa está também presente na manifestação cultural por meio da viola, do pandeiro e da língua utilizada nas canções.
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• [1] foi considerado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial. O ritmo e dança teve sua candidatura ao Livro do Tombo (que registra os patrimônios protegidos pelo IPHAN) lançada em 4 de outubro de 2004, e, depois de ampla pesquisa a respeito de sua história, o samba-de-roda foi finalmente registrado como patrimônio imaterial em 25 de novembro de 2005, status que traz muitos benefícios para a cultura popular e, sobretudo, para a cultura do Recôncavo Baiano, berço do samba-de-roda.
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Gravações de samba de roda estão à disponibilidade nas vozes de Dona Edith do Prato, natural de Santo Amaro da Purificação, ama de leite dos irmãos Velloso, e amiga de Dona Canô. Dona Edith toca música batendo garfo num prato, do que provém o apelido, e hoje, mesmo sendo uma mulher muito idosa, sua música ainda é respeitada. O CD Vozes da Purificação contém sambas de roda, na maioria de domínio público, cantados por Dona Edith e o coral Vozes da Purificação.
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Outra cantora está fazendo grande sucesso baseada no samba de roda e na cultura popular do Recôncavo: é Mariene de Castro, com o CD Abre Caminhos, no que interpreta músicas de Roque Ferreira e outros compositores, com arranjos onde é possível apreciar o profundo conhecimento da cantora. Mariene já cantou com Daniela Mercury, Beth Carvalho e outros.
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Fotos: